O (ex?)presidente de Honduras, Manuel Zelaya, foi mais um a cair no canto da sereia bolivariana. Levantando a bandeira do poder além da democracia, tratou de se aliar a Hugo Chávez e levar o seu país a um grande buraco.
Zelaya resolveu que apenas um mandato presidencial era pouco para ele, então, convocou um plebiscito para avaliar se o povo permitiria ou não a possibilidade de sua reeleição. No entanto, ao contrário de no caso brasileiro (quando da emenda constitucional que permitiu a reeleição em nosso país), o congresso hondurenho não aprovou tal medida e com o apoio do poder legislativo e do exército considerou-a inconstitucional. Manuel Zelaya não se deu por satisfeito e, com o
apoio da polícia nacional e de seu amigo Chávez convocou o plebiscito.
O que Zelaya não contava era que, um dia antes do plebiscito o exército o destituísse do poder, colocando o chefe da Suprema Corte em seu lugar.
Um golpe de estado como este não deve ser apoiado, já que abre a possibilidade de o próprio exército se apropriar do poder e de lá não querer sair. No entanto, a atitude de Zelaya não deve ser louvada em hipótese alguma.
Concordo em partes com as colocações de Obama. Ele acredita que o exército deve devolver imediatamente o poder para Zelaya, desde que este se comprometa a realizar normalmente as eleições em novembro... De fato, acredito que o poder não deve ser restituído a Zelaya, mas deve ficar com o presidente do congresso, até que, de fato sejam realizadas novas eleições.
A intervenção do exército só é bem vinda se esta instituição se retirar imediatamente e de maneira efetiva do poder. Caso contrário, teremos um retorno ao passado em Honduras... Um retorno negro, sangrento e tão não democrático quanto se Zelaya permanecesse no poder por mais quatro anos...
Espero que o Chávez não resolva meter o bedelho em Honduras, senão o tamanho do estrago pode ser ainda maior...